Os arquétipos são modelos ideais que fazem parte do nosso subconsciente, são representações mentais que regram nossa mente a respeito de inúmeros conceitos criados desde nossa infância.
Os arquétipos são padrões simbólicos de ideias e ideais. A origem do termo “arquétipo” remonta a filosofia neoplatônica, que diz que as ideias são como modelos originários de todas as coisas existentes. O discípulo de Sigmund Freud, criador da psicologia analítica, psiquiatra e psicoterapeuta suíço, Carl Gustav Jung, adotou a ideia de arquétipo para se referir as imagens primordiais que dão sentido aos complexos mentais e histórias passadas de geração para geração, formando o inconsciente coletivo junto ao seu conhecimento e imaginário. Para Jung, os arquétipos moldam o desenvolvimento do imaginário e se associam a experiências universais, como nascimento, morte, mãe, pai, herói, vilão, sábio, poder, deus, demônio, etc. De acordo com Jung:
Nenhum arquétipo pode ser reduzido a uma simples fórmula. Trata-se de um recipiente que nunca podemos esvaziar, nem encher. Ele existe em si apenas potencialmente e, quando toma forma em alguma matéria, já não é mais o que era antes. Persiste através dos milênios e sempre exige novas interpretações. Os arquétipos são os elementos inabaláveis do inconsciente, mas mudam constantemente de forma. É praticamente impossível arrancar um arquétipo isolado do tecido vivo da alma e seu sentido, mas, apesar de seu entrelaçamento, os arquétipos constituem unidades que podem ser apreendidas intuitivamente.
Para Jung, esses arquétipos já existem na sociedade como um todo. São ideias intuitivas e fazem parte, como mencionei há pouco, do inconsciente coletivo. O inconsciente coletivo, segundo Jung, é herdado, é um conjunto de lembranças e sentimentos compartilhado por toda a humanidade desde muito tempo atrás, vem do passado coletivo de toda a humanidade. Jung nos diz que:
O inconsciente coletivo é uma parte da psique que pode distinguir-se de um inconsciente pessoal pelo fato de que não deve sua existência à experiência pessoal, não sendo portanto uma aquisição pessoal. Enquanto o inconsciente pessoal é constituído essencialmente de conteúdos que já foram conscientes e no entanto desapareceram da consciência por terem sido esquecidos ou reprimidos, os conteúdos do inconsciente coletivo nunca estiveram na consciência e portanto não foram adquiridos individualmente, mas devem sua existência apenas à hereditariedade. Enquanto o inconsciente pessoal consiste em sua maior parte de complexos, o conteúdo do inconsciente coletivo é constituído essencialmente de arquétipos.
Os conceitos que existem no inconsciente coletivo são universais e são os mesmos para todas as pessoas em todas as culturas. Por exemplo, o medo de cobra não necessariamente viria de algum contato de um certo indivíduo com o objeto ou o signo cobra, mas proveniria de um modelo arquetípico universal. O mesmo modelo que faz com que um pássaro de determinada espécie faça o mesmo tipo de ninho em locais diferentes sem que haja algum tipo de contato, do tipo WhatsApp ou outro meio de comunicação entre eles. Brincadeira! Como, por exemplo, o fato de o pássaro João-de-barro que vive no centro-oeste brasileiro construir o mesmo ninho característico que o João-de-barro que vive no sul da Patagônia. Como eles se comunicam? De acordo com Jung, através do inconsciente coletivo.
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